"O ator curioso é aquele que investiga, ler e descobre a historicidade de cada personagem por ele criado." Pawlo Cidade

terça-feira, 29 de março de 2011

O FOCO GERA A ENERGIA

Que alunos estão nesta imagem?

Oi turma! Nosso segundo dia de aula abordou dois pontos extremamente importantes. O primeiro é o FOCO. Cada um dos jogos propostos por Viola Spolin (este curso estou trabalhando inicialmente com ela. Veja mais informações na galeria ao lado) são dados a partir do FOCO.
Cada enunciado dado pelo FOCO é um problema essencial para a atuação que pode ser solucionado pelos jogadores. A mente ocupada em um ponto focal permite movimento estabilizado, o jogador é liberto para a resposta plena, sem censura, orgânica, diante dos muitos estímulos e fenômenos em constante mutação que entram ou emergem durante o jogo. Atitudes, atenção difusa, defesas e censuras - segundo Viola Spolin - são absorvidas diante do FOCO estabelecido e a resposta espontânea se torna uma probabilidade.
Felipe focado!

FOCO é uma pausa, um ponto de partida para tudo. Todos se encontram pelo FOCO. A instrução que eu passo ajuda aos jogadores a encontrar/manter o FOCO que coloca o jogo em movimento e todos se tornam parceiros do jogo ao lidar com o mesmo problema de diferentes pontos de vista. O professor/instrutor vai ao encontro do FOCO; os jogadores em cena vão ao encontro do FOCO; os jogadores na plateia vão ao encontro do FOCO.

ATENÇÃO! O FOCO não é o objetivo do jogo. Procurar permanecer com o FOCO gera a energia (o poder) necessária para jogar que é então canalizada e flui através da estrutura dada (forma) para configurar o evento de vida real. "Vocês encontraram o alfinête de um centímetro?"

Viola Spolin afirma: "É PRECISO INVESTIR TODA SUA FORÇA PARA PERMANECER COM O FOCO". No entanto, manter  o FOCO não significa colocar viseiras diante de outros estímulos que surgem durante o jogo. Como ela mesma diz: "No futebol, o FOCO é a bola. Jogadores, instrutores e torcedores na arquibancadas dirigem toda sua atenção (energia) para a bola e, sem censuras relativas ao passado/futuro determinando o que deve ou não ser feito, o jogo toma conta de si mesmo".
Jogadores debatendo sobre o FOCO a ser apresentado

CONTAR/MOSTRAR

O segundo ponto importante de debate na segunda aula se deu após a apresentar do FOCO de cada grupo. Como, cada grupo deveria propor um FOCO  e executá-lo, o resultado da apresentação gerou a discussão do CONTAR/MOSTRAR.

"Eles mostraram ou contaram?" Indaguei. Mesmo sem explicar o que significava CONTAR  e MOSTRAR em teatro. Diante do embate, expliquei que mesmo que não tenham falado, mas se usaram ações físicas muito óbvias (O PRATICANTE DE TEATRO DEVE EVITAR O ÓBVIO) ao invés da energia focalizada no problema, eles estavam contando e não mostrando.

Por exemplo, se um jogador fez uma pantomima enquanto esperava o ônibus chegar (caso de um dos grupos), então ele estava contando. Se, por outro lado, ele se manteve firmemente no problema de sentir (caso do último grupo que se apresentou) ele fez um bom uso do POC - Ponto de Concentração.

"Desespero" - apresentado pelo grupo 5

Portanto, MOSTRAR torna-se uma fisicalização do ver e não uma pantomima. Cresce a partir do problema e não é imposto sobre ele. CONTAR é calculado e vem da mente; mostrar é espontâneo e vem do intuitivo.

Um comentário:

  1. OI'' Essa aula foi realmente magnifica..assim como a propria arte de interpletar.a cada aula uma descoberta de uma busca incansada pelo "saber" estou adorandoo

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