A pesquisa postada na semana passada revelou alguns dados interessantes que serviram para que eu analisasse a aula número 1. Ao questionar sobre o conceito de Teatro, cerca de 43% dos participantes responderam que o Teatro é uma realidade paralela; 18% apontaram Teatro como sendo uma “arma”; 6% que Teatro é “lugar de onde se vê”; 12% afirmaram que Teatro é um estilo e por fim, 18% disseram que Teatro é uma ilusão.
Assim, ao crer que Teatro – palavra derivada do latim theatrum, esta, por sua vez, do grego théatron, que significa “lugar onde se vê” – é uma realidade paralela (43%) significa que os entrevistados vêm o Teatro como um elemento de uma “outra realidade”. Ela é paralela no sentido em que recria a realidade, lado a lado, simultâneamente. Embora a realidade no Teatro não seja real, ela é real no momento em que é transmitida. Mas não se trata de uma realidade “real” (assim mesmo), mas de uma outra realidade que não é real, como a vida. É meio paradoxal isso, então deixa pra lá.
Houve um empate nas questões “arma” e “ilusão” (18%). Ao referir-me a arma, tomo como base o Teatro do Oprimido criado por Boal, a partir de sua bateria de jogos e exercícios e das modalidades de teatro que ele projetou (Teatro Imagem, Teatro Invisível, Teatro Fórum). Como dizia o mestre “o Teatro é uma arte e uma arma”. Arma poderosa, nas mãos certas, nos grupos certos, nos atores certos. Arma política, arma estratégica, arma ideológica. Enfim, uma arma.
O simples fato de afirmar que Teatro é apenas uma “ilusão”, talvez a intenção fosse concordar com a assertiva de que o teatro é uma arte falsa. Não sei. Não confundir “falsa” com “farsa”. A farsa, “dado o acelerado da ação, requer com freqüência um grande esforço físico, além de utilizar largamente a comicidade visual”. Acreditar que o teatro é uma arte falsa é aceitar que ele é uma mentira, um engodo, uma frustração.
Para os que apontaram o Teatro como sendo um estilo (12%) e os que disseram que o Teatro é “um lugar onde se vê” (6%), tudo bem. Afinal, o Teatro é mesmo um lugar onde se vê. Ou seja, como diz Luiz Paulo Vasconcellos: “... uma plataforma ao redor da qual um grupo de pessoas se aglomera para ver e ouvir o ator representar”. E, afinal, ele também é um estilo. O Teatro Realista é um exemplo disso. Com o realismo, problemas do cotidiano ocupam os palcos. O herói romântico é substituído por personagens do dia-a-dia e a linguagem torna-se coloquial.
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