"O ator curioso é aquele que investiga, ler e descobre a historicidade de cada personagem por ele criado." Pawlo Cidade

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

FOCO, FISICALIZAÇÃO, SUBTEXTO, MARCAÇÃO/MOVIMENTAÇÃO, CONTAR E MOSTRAR CONTEÚDOS DA OFICINA PREPARATÓRIA DE INICIAÇÃO AO TEATRO


A oficina preparatória de Iniciação ao Teatro que está sendo realizada nesta semana (5 a 9 de janeiro de 2015) tem apresentado alguns temas para o desenvolvimento dos alunos/atores em cena. Os conteúdos aplicados e discutidos vão de Augusto Boal a Stanislavsky, Viola Spolin a Brecht.

No primeiro dia, o professor Pawlo Cidade mostrou o sentido de "estar em cena" a partir do comando do diretor. "O que fazer?" "Por que fazer?" "Como fazer?" O Foco leva ao objetivo da cena. A concentração é fundamental em todo o processo de criação. Portanto, não basta "fazer" é preciso estar concentrado "no que fazer". 


No segundo dia, o tema abordado foi o Subtexto ou pré-texto. O subtexto é fundamental na concepção da personagem. É o subtexto que elimina a mecânica, ou melhor, o ator-mecânico, o ator-decoreba, o canastrão. O subtexto é uma ferramenta extremamente valiosa para o ator. É o espaço vazio que existe no texto e deve ser estudado pelos acontecimentos que:

  • Ocorreram antes com a sua personagem e podem ter influenciado a sua história dentro da peça;
  • São indicados como fato concreto, que passou no decorrer da peça, mas não são mostrados no texto do papel;
  • Não são indicados, mas decorrem da situação da peça, ocorreram ou podem ocorrer no futuro.

Segundo Jurij Alschitz, no seu livro "40 Questões para um papel" (Perspectiva 2012), "graças a esse trabalho, o ator amplia os limites do papel e obtém muito mais informações sobre ele."


No terceiro dia, gestos e gesticulação fizeram a ponte para o ato de "Contar" e "Mostrar" na cena. No teatro, o menos é sempre mais e o mais é sempre menos. Um gesto sutil, um olhar focalizado, uma gesticulação articulada dão um toque diferenciado no processo de criação. Daí o tema "Contar e Mostrar". Quando o aluno/ator conta demais, o papel perde sua naturalidade e os gestos mecânicos quebram toda a estética da criação.

No quarto dia, os alunos/atores entenderão como funciona e para que serve a "Marcação" em cena. Porque os movimentos e a movimentação devem ter um propósito. Nada no palco é gratuito. Toda movimentação tem um sentido. Andar como "uma barata tonta" ou "amassando o barro para Faraó" é sinal de insegurança do ator e ausência de direção cênica.


No quinto e último dia da oficina preparatória, haverá uma retomada dos temas anteriores e um direcionamento para a questão da "Fisicalização". O termo "fisicalização" - usado no trabalho de Viola Spolin - descreve a maneira pela qual o material é apresentado ao jogador num nível físico e não verbal, em oposição a uma abordagem intelectual e psicológica. A "fisicalização" propicia ao jogador uma experiência pessoal concreta, da qual seu desenvolvimento posterior depende, e dá ao professor e ao jogador um vocabulário de trabalho necessário para um relacionamento objetivo. Clique aqui e saiba mais sobre FISICALIZAÇÃO.

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